- Primeiramente aquela pergunta clássica: quando e como a banda foi formada?
Em
1986 um grupo de amigos de longa data que sempre gostaram de música e
principalmente de Progressivo finalmente se reuniu pra tocar, pois éramos
músicos amadores; entre eles, Claudio Dantas e Jones Jr. Eram composições próprias mas ainda bastante
‘primitivas’, apesar de que algumas inspiraram várias composições posteriores.
- De quem foi a idéia do nome e o por quê da escolha?
A
idéia foi minha, pois eramos 4 engenheiros que nos reuníamos pra ter prazer em
tocar; o propósito de Quaterna Requiem –
‘o repouso dos quatro’.
- Desde o álbum ‘’Velha gravura’’ vocês só lançaram mais dois álbuns apenas; Esse grande espaço entre os lançamentos aconteceu por que motivo?
Bom,
entre eles temos o Wiermann & Vogel e o DVD. O problema é que apesar de todos na banda
serem músicos profissionais atuantes (exceto eu que vivo da pintura), não dá
pra viver de Progressivo no Brasil.
Assim, temos sempre que priorizar os trabalhos ‘sustentáveis’ em detrimento
do trabalho com o QR.
- Por falar em ‘’Velha gravura’’ vi que há uma versão remasterizada do álbum atualmente; Isso foi uma iniciativa de vocês por acharem alguma deficiência na mixagem , masterização ou quiseram fazer por outro motivo, como por exemplo uma adição de faixas bônus, etc?
Pra
dizer a verdade, não conhecemos esta versão... há algum pirata por aí... Mas
por acaso estamos realmente remasterizando o Velha Gravura a partir das fitas
originais que conseguimos recuperar. A
razão principal é que houve muita perda de ganho, fidelidade de timbres e graves quando da confecção do CD. Com o Quasimodo, além de remasterizar estamos
remixando – está ficando com a qualidade técnica d’O Arquiteto, é quase outro
trabalho...
- Como foi o retorno do violinista Kleber Vogel á banda? Ele somente participou do novo álbum ou continuará como membro fixo?
Sempre
fomos muito amigos e o retorno dele era mais do que esperado por nós. Esta formação atual é a ‘titular’ definitiva.
- Como uma banda com grande tempo de estrada e fazendo uma música que requer muito tempo de dedicação e ensaios consegue chegar até hoje na ativa e com tanta motivação apesar das dificuldades e quais seriam elas?
Simplesmente
por amor a música. É mais forte do que
nós – precisamos fazer. O retorno que temos em termos de contatos, comentários
e a energia de um show pagam qualquer preço.
Em
termos de dificuldades, são praticamente as mesmas de qualquer trabalho de
qualquer estilo que não seja de massa.
Conhecemos muitos amigos músicos de jazz, instrumental, MPB que têm os
mesmos problemas. Não podemos hoje nem
reclamar muito de divulgação, pois com a Internet e as redes sociais isto é
mais fácil e democrático. O que sentimos
é uma certa ‘preguiça’ das pessoas em comparecer aos shows além dos Downloads
terem prejudicado muito a vendagem dos CD’s.
- Atualmente, quais as bandas que tem chamado a sua atenção no estilo aqui no Brasil e o que tem escutado atualmente?
Toda
banda que tem trabalho autoral e ‘coragem’ pra ser Progressiva merece nosso
respeito; Tempus Fugit, Blue Mamooth,
Panaceah e muitas outras em atividade.
- Muitas excelentes bandas não tiveram seus nomes devidamente reconhecidos ou caíram no anonimato; Qual a sua visão da atual cena do rock progressivo no Brasil?
Vejo
muitas bandas de boa qualidade surgindo – mas é como passar no vestibular, o
problema é permanecer. Quem tiver
perseverança e qualidade certamente será reconhecido.
- Atualmente tenho visto muitos blogs que postam bandas nacionais de prog para download. Até que ponto o papel delas é positivo ou negativo ?
Obviamente,
o positivo é a divulgação e o negativo é que a principio para cada download
vendemos menos um CD. Mesmo os medalhões
estão sentindo.
Infelizmente
o que sinto em relação aos downloads é que parece que o jeito de ouvir é tão
veloz quanto; não há muita paciência pra se curtir realmente um trabalho. Fico imaginando que Close to the Edge, Brain
Salad Surgery, Foxtrot, etc são tão merecidamente cultuados hoje porque ouvíamos
com total atenção, era quase um ritual ouvir um disco novo e até hoje descubro
novas ‘viagens’ nestes e tão outros trabalhos deste nível.
- Cláudio, me diga como foi o processo de gravação do novo álbum e como tem sido a aceitação do público em geral.
Diferentemente
dos outros, quando nos reuníamos em estúdio na base de Miojo até finalizar a
gravação, mixagem, etc, n’O Arquiteto gravamos todas as bases com um teclado,
bateria e baixo no Estudio Hyt e depois cada um colocou sua parte em casa. Periodicamente nos reuníamos pra ouvir os
resultados; finalmente todos se reuniram
novamente no estúdio pra mixagem e masterização. Acredito que a qualidade técnica deste
trabalho ficou bem superior aos outros devido a este acompanhamento de perto em
todas as fases.
- Ao ouvir o novo álbum ‘’O arquiteto’’, pude notar alguns elementos com influências diversas, como por exemplo nos minutos finais da faixa ‘’Suite o arquiteto IV - Gaudi’’ onde o teclado faz um arranjo bem reggae, e em ‘’Suite o arquiteto V – Niemeyer com uma levada bem na linha do baião. Isso de sair da influência mais erudita , a qual é uma característica marcante de vocês, foi algo somente para se adequar à temática do álbum ou será incorporado nas próximas canções?
O
motivo principal claro foi a adequação ao tema da suíte, já que ela abrange uma
gama muito variada de estilos e épocas.
Mas também é muito saudável viver experiências novas. Acho O Arquiteto muito rico neste sentido; um
ênfase maior na guitarra do Crivano também é um ponto positivo do trabalho.
Voltando
a pergunta anterior, acho que estes são pontos que influenciaram na
extraordinária aceitação do trabalho; o comentário mais constante é que dá
vontade de ouvir de novo quando termina.
Pra nós isto é maravilhoso!
12. Para finalizar, gostaria que
deixasse uma mensagem a todos membros do blog fans de rock progressivo e do
Quaterna Réquiem:
Em
primeiro lugar, agradeço a você pela força e pela honra de estar em seu
blog. Aos amigos que amam o Progressivo
como nós peço que não deixem a chama apagar e ouçam sempre os novos trabalhos como
toda forma de arte deve ser apreciada.
Bela entrevista, com um grande baterista de uma banda fantástica !!!!!
ResponderExcluirQue todos tentem conhecer os álbuns do Quaterna Requiem. Valem muito a pena.
Parabéns.
Obrigado pela participação e pelo comentário. Realmente os elogios são mais do que merecidos à grande banda que o QR é !!!!....grande abraço.
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